segunda-feira, 10 de março de 2014

IRMÃ MARIA VERÔNICA DA SAGRADA FACE

                              Relato sobre seu chamado à Vocação Religiosa e Francisclariana e sua resposta radical ao seguimento de Jesus Cristo, Pobre e Crucificado  
Sou a décima terceira dos 15 filhos do casal de colonos JOSÉ LUIS WELTER e EMILIA WELTER, descendente de alemães em terceira geração. Meu nome de batismo é TEREZINHA WELTER.

Meus pais radicaram-se com a família na pequena cidade de SELBACH, cujas terras foram adquiridas em 1897, do Governo Federal, pelo Coronel Jacob Selbach Junior, formando-se o núcleo inicial de colonização em 1905. Em pequenos lotes, no meio da floresta nativa que cobria toda a região, produziam: milho, feijão, trigo, fumo, mandioca e batatas. Os compradores que se candidatavam a adquirir lotes do Coronel Selbach, deviam preencher exigências importantes e quase imprescindíveis, quais sejam:

1- Ser agricultor (colono): deviam as famílias se comprometer, realmente, a iniciar o desmatamento do seu lote, e em pequenas roçadas, instalar uma agricultura rudimentar de subsistência.

2- Ser Católico: como houve núcleos de colonização com discriminação religiosa, quis o Coronel Selbach fazer a revenda de suas terras somente para os católicos. Um local demarcado já fora destinado para a construção da primeira Capela e da primeira Escola, as quais assegurariam a convivência religiosa, cultural e tradicional, conservando a população coesa.

3- Preferencialmente ser alemão (Fonte: conf. Internet).

Nós, os WELTER,tendo por princípios irredutíveis o amor ao trabalho, a honestidade e uma grande fé em Deus, morávamos a 4 km da Igreja da Vila Selbach e do Colégio das Irmãs de Notre Dame, onde só se falava o alemão e era ensinada a religião pela catequese diária. Era escola particular, a única na cidade.

Na Escola paroquial o Padre dava a catequese. Um dia perguntou ele às crianças, entre elas, eu, TEREZINHA WELTER, quem gostaria de ser padre ou freira. Mais da metade quis. Eu, entretanto, não apontei o dedo, e ele me perguntou por quê. Respondi que queria me casar com um fiscal (Isto porque vinha a cada 2 ou 3 meses a esposa de um fiscal fazer visita à nossa cidade. E eu ficava encantada. Achava bonito que ela sempre podia viajar, vestia-se muito bem, usava jóias, brincos, colares anéis e pulseiras. Na minha simplicidade ela era o ideal da mulher invejável). O Padre, um franciscano idoso, coçou a cabeça. Nessa região todos os padres eram franciscanos.

Com 12 anos, quis ir com as Irmãs Franciscanas, para o Convento onde já estava (e está ainda hoje) minha irmã de sangue, a Irmã Carmem, para ficar freira. Pedi a minha mãe. Mas ela disse que não, porque naquele ano já haviam se casado três irmãos e seria muito penoso abrir mão de mais uma filha. Mandou que eu esperasse completar 13 anos. Quando fiz 13 anos mamãe me disse que podia ir, mas aí eu não queria mais, não sentia mais o desejo de ser religiosa. Passara o entusiasmo (ou o momento da graça?) Minha mamãe foi para o quarto e chorou muito, sentindo-se culpada. Ela não me disse isso, mas eu sabia que era assim.

Então, na minha adolescência e juventude, gostava muito de ir a bailes, gostava de dançar, queria namorar, andar bem arrumada; sempre fui muito vaidosa e ainda almejava um marido importante (o tal fiscal, pessoa de certa projeção social).

Com 18 anos, viajei para o Paraná. Fui visitar meus irmãos. Eram 2 dias e 3 noite de viagem de trem. Com essa idade meus pais davam às filhas permissão para fazer permanente nos cabelos e eu sonhava com esse momento. Custava-me não ganhar licença para fazer permanente, mas o papai não gostava que fizéssemos. Agora o papai tinha deixado! Ia arranjar um namorado!

Então, em Londrina, fomos ao banco. Tinha perto uma igreja. Fomos até ela. E quando entramos, a mim me parecia que era a primeira vez que entrava numa Igreja!... Não sei dizer o que tinha dentro dela no que se refere a móveis, imagens, decoração, etc. Não saberia descrevê-la!... Ao sair, na praça, percebi a presença de alguém, olhei para traz, e vi que da igreja estava saindo uma Irmã de Schenstat. Parecia que Jesus me dizia: é isto que quero que você seja: Irmã!... Eu, uma Religiosa! Mas, e o casamento com o fiscal... as viagens... as jóias?!...

Aquilo ficou profundamente gravado na minha mente. Era uma apenas percepção interior, mas tão forte como se tivesse recebido uma ordem! Um doce e irrecusável convite!

Não disse a ninguém. Levei ora mais sério, ora menos sério. Mas, desinteressei-me por namorados, bailes, festas. Até os freqüentava, mas não tinha mais interesse. Quebrou-se todo aquele encantamento que me fascinava e atraía.

Ficava rezando o terço. Padre Tomas Karsten, nosso grande e querido amigo, que era o Pároco e tinha morado com ele uma irmã de sangue, Herta, sugeriu que visitasse as Irmãs de Notre Dame, no qual, mais tarde entrou Emilia, minha irmã caçula. Achava bonito quando ia lá, mas ao sair me desinteressava, porque era de vida ativa. Tinha que dar aula ou ter uma função pastoral comum a elas. Não era só rezar.

Padre Karsten, um dia, fez uma palestra sobre Santa Tereza, carmelita, para as Filhas de Maria (eu era uma delas). Me entusiasmei. Achei bonito.

Padre Karsten recebia muitas revistas da Alemanha. Entre elas, uma trazia notícias com fotos da fundação de um Carmelo. Notei que o Coro, o Refeitório e o Dormitório das Irmãs não eram individuais, mas comum a todas elas. Aí senti gosto! Separei a revista, meio disfarçada para não denunciar meu interesse. Percebi em mim a mesma sensação interior que tive na igreja, em Londrina! O Padre Karsten, pastor atento às suas ovelhas, percebeu isso. Pediu a revista de volta sem dar explicações.

Achei que eu queria ser carmelita! Então Deus quer isso?! Preciso rezar para descobrir! Falei depois com Padre Karsten, sem dizer nada em casa. Ele escreveu ao Carmelo oferecendo uma vocacionada. A resposta veio numa carta muito pequena, dizendo que eram divididas em classes de coristas e conversas. Não gostei. Até a roupa era diferente. Também ele não viu interesse delas. A resposta tinha sido muito breve, seca, ficando claro que havia discriminação.

Eu, entretanto, tinha toda confiança no Padre Karsten. Naquela época, em Selbach, era o Padre que escrevia encaminhando os pedidos das vocações do lugar. Apareceu outra vocacionada. Ela pediu para ele escrever para as Irmãs Clarissas. Elas logo responderam uma carta grande... mostraram muito interesse... mandaram fotos do Mosteiro... eram alemãs... mandaram logo um questionário junto... Eram da Gávea, no Rio de Janeiro.
A vocacionada desistiu. O Padre, então, não escreveu respondendo às Irmãs Clarissas. Depois de um mês, elas mandaram outra carta registrada, mais um questionário, mais fotos. Isto aconteceu entre o Natal e Ano Novo.

Eu estava com ele e sua irmã Herta em sua casa. Depois do jantar ele leu esta carta para mim e Herta. Disse: “eu acho que você iria ficar muito mais feliz nas Clarissas que no Carmelo. Mas a opção é sua”. Respirei fundo... e aquela mesma sensação interior percebida primeiro na igreja, e depois quando vi aquela revista, se fazia sentir novamente. Agora renovada e fortemente presente! Ali foi feita a minha decisão. Já havia lido algumas vezes sobre os franciscanos.

Contei meus planos a meus pais. Antes mamãe me tinha dito que achava que eu iria ser carmelita: “Ah! se todas fossem carmelitas... não teria que me preocupar com vocês!”. A essa altura, 10 das minhas irmãs já estavam casadas. Relutante mamãe me disse: “você não pode esperar seu pai e eu morrermos?” Respondi firme: “Mamãe, as outras cuidam de vocês”.

Assim fui ser Clarissa, com 21 anos. Lembro-me perfeitamente... Sai de casa dia 16 de maio de 1951... chovia muito. Fui com o Padre Karsten, Herta, e algumas Irmãs para Carazinho, para no dia seguinte tomar o avião às 8 horas para o Rio de Janeiro. Tinha muita cerração e o avião estava bastante atrasado, mas não fomos avisados disso.

Esperava pacientemente com o Padre Karsten, sua irmã Herta, e minha irmã Vitória. Às 10 horas avisaram que o avião só chegaria às 11 horas. Então o Padre teve que nos deixar antes do embarque, porque ele tinha um compromisso de presidir uma Missa às 10 horas. E era em outra cidade.

As Irmãs Clarissas iriam me pegar no aeroporto, conforme combinado. Mas quando cheguei não tinha ninguém! Estava completamente só... Numa cidade grande e desconhecida. E não tive medo! Tomei um taxi. Informei o endereço, mas o taxista não sabia o caminho... Parava sempre para perguntar. Disse-me que era natural de Porto Alegre. Fiquei tranqüila, confiante e confortada. Afinal era meu conterrâneo, então era gente de bem! Olhando, curiosa para tudo, vi um ônibus escrito “Gávea”. Aí ficou fácil, era só segui-lo! Chegamos numa esquina, e encontramos o nome da rua, ele me levou até o Mosteiro: eram 7 horas da noite. O avião era da Varig, talvez de carga, e fizera muitas escalas. O portão do Mosteiro já estava trancado. Gritei uma saudação em alemão... a Irmã ouviu e entendeu que podia abrir sem receio. O taxista levou minha bagagem até o locutório (Mais tarde ficou esclarecido que na carta entenderam que chegaria dia 24 de maio e cheguei dia 17).

Levada ao Locutório externo não disse quem eu era. Não via as Irmãs nem elas me viam porque estavam atrás da cortina. Então falei em alemão.... a cortina foi aberta. Eram a abadessa Madre Juliana e a Mestra, Madre Agnela, que, surpresas, vieram me receber.

Dormi fora da clausura. No dia seguinte, na Missa foi grande e bela minha surpresa: o Padre que presidia a celebração tinha sido Pároco em Selbach. Surpresa providencial e confortadora presente de amor do Amado... encontrar alguém conhecido, do tempo da escola de Selbach.

Entretanto, para entrar na clausura, tive antes que ir à cidade providenciar documentos que faltaram... Não gostei! Entrei em pânico! Queria voltar para casa! Senti um forte impulso de retornar a Selbach. Se não fosse tão longe, teria voltado. Que saudade da mamãe e do papai! Não tinha mais nada que me atraia naquele lugar! Nem vocação! Nada, absolutamente! Mas, sem opção, entrei para a clausura... Não estava alegre... Entrei na cela, chorei muito, muito, nem podia falar, era só choro! No dia seguinte, na Missa, todo mundo tinha ouvido que chorara muito... alto... muito mesmo...

A Madre me chamou para falar com Padre Eduardo. Ele riu e me consolou.

Ainda hoje trago gravadas no coração as últimas palavras que mamãe me disse, quando saí de casa, querendo consolar-se: “Quando de nossas bodas de 50 anos de casados, você vem, não é?”

Respondi: “se ganhar licença...” Não menti. Mas a dúvida gerou para ela esperança. Mas eu sabia que nunca mais voltaria, porque naquela época, antes do Concílio Vaticano II não se dava licença para retornar à casa paterna. Mas esse foi um grande consolo para mamãe: alimentou sempre a esperança de que voltaria a visitá-los. Entretanto, o dia das bodas não chegou para eles: ambos faleceram antes de completar 50 anos de casados. E ainda hoje, sinto grande conforto e estou feliz de saber que eles morreram com a certeza de que eu obteria licença e poderia ainda visitá-los em casa.

Deus seja louvado por seu grande amor misericordioso que nos consola em todas as nossas aflições e não nos deixa ser tentados acima de nossas possibilidades.

Obrigada, Senhor por vosso Amor e pelo dom da Santa Vocação Francisclariana. Esses 60 anos de Vida Religiosa não foram meus, mas são seus!


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mosteiro Monte Alverne


Mosteiro Monte Alverne
Fundação: 29.07.1985

Rua do Bancário, 1085 – Planalto
38413-147 – Uberlândia – MG
Tel.: (34) 3257-4289
Abadessa: Madre Maria da Consolação, osc
O título: Mosteiro Monte Alverne foi escolhido em honra de nosso Pai São Francisco e em busca da mística do Monte Alverne. Esta Fundação originou-se do Mosteiro Santa Clara de Belo Horizonte. Após dois anos de preparação, no dia 29 de julho de 1985, a diocese de Uberlândia, Minas gerais, os Franciscanos da Itália e do Brasil, a Ordem Franciscana Secular, o povo das comunidades periféricas, receberam com alegria e esperança as seis Fundadoras. Elas vieram com grande espírito de amor evangélico e missionário e oração contínua. O ato teve seu auge na Celebração Eucarística sob a presidência do Monsenhor Antônio Afonso, Vigário Geral da Diocese.
As Fundadoras: Madre Maria Francisca das Cinco Chagas, Madre Maria da Consolação, Irmã Maria da Eucaristia , Irmã Maria Lúcia da Imaculada , Irmã Maria Coleta de Jesus Crucificado e Irmã Maria Célia da Paz.
Residimos primeiramente na Casa Paroquial da Igreja do Espírito Santo. A 13 de janeiro de 1986 realizou-se a inauguração do Mosteiro Monte Alverne e o fechamento da clausura.
O Mosteiro é inserido e comprometido com o povo local, em sua pobreza e busca de justiça. Nos empenhamos em ser sinal e em ser irmãs para esse povo, pela vida contemplativa, pela partilha, no servir, no partir o pão.
O Mosteiro mãe, de Belo Horizonte nos têm acompanhado e auxiliado. Nunca deixou de enviar Irmãs quando necessitamos de reforço. Temos muita gratidão para com nossa Federação Sagrada família, pois grande é a fraternidade que circula entre os Mosteiros.
A construção de nosso Mosteiro foi realizada pelos nossos Irmãos Franciscanos da Província Salernitano-Lucana, da Itália, auxiliados pela Ordem Franciscana Secular da Itália e do Triângulo Mineiro. Estamos sob a jurisdição dos franciscanos
A 13 de janeiro de 1990 foram realizadas as primeiras eleições canônicas, sendo eleita para Abadessa Irmã Maria da Consolação, em substituição à Madre Fundadora, Madre Maria Francisca das Cinco Chagas. Em 1997 recorremos à ajuda da Federação para obtermos o serviço de uma Madre entre nós, na pessoa de Irmã Maria Verônica da Sagrada face, do Mosteiro de Lages, e obtivemos.
 

Filme Santa Clara e Francisco




Vejam este filme é muito bom e de grande riqueza espiritual. A vida de São Francisco e Santa Clara está muito bem mostrada neste filme.

Que São Franciso e Santa Clara intercedam por muitas vocações.


Mosteiro Monte Alverne

Endereço do Mosteiro: Rua do Bancário, 1085 - Planalto

Telefone:(34) 3257-4289

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Entrevista Monte Alverne




Entrevista no Mosteiro Monte Alverne.
Fica o convite para aquelas JOVENS que tem o desejo de maior entrega ao Senhor como Santa Clara.
Endereço do Mosteiro: Rua do Bancário, 1085 - Planalto 
Telefone:(34) 3257-4289
Abraços
Paz e Bem




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Santa Clara


                  A Ordem de Santa Clara é uma Família Religiosa fundada por São Francisco e Santa Clara de Assis. Dentro da grande Família Franciscana as Irmãs Clarissas são o ramo orante, contemplativo. Sua consagração a Deus está voltada para o silêncio, para a busca da intimidade com Deus! É o seu modo de servir à Igreja e aos irmãos.

              Em Uberlândia temos o Mosteiro Monte Alverne no endereço: Rua do Bancário, 1085 - Planalto e telefone: (34) 3257-4289.
             Nosso Deus , que desde toda a eternidade se propôs criar-nos estabeleceu também , com todas as circunstâncias de tempo e de lugar, e caminho que devemos seguir.
           “Se queres ser perfeito, vai vende teus bens, dá-os aos pobres ... Depois, vem e segue-me”(Mt 19,21). 
Com estas palavras, Nosso Senhor oferece a todos o estado Religioso. Santo Tomás afirma: ”Deve-se tomar como dirigido a todos o conselho que Jesus Cristo deu ao jovem”.
           Deus quer reservar só para si Almas que Ele escolhe gratuitamente, por sua bondade. Destes íntimos amigos seus Ele faz intercessores junto a Si, e canais de sua graça para as outras criaturas.
        A permanente Oração das Contemplativas cria-lhes grande proximidade com Deus e confere-lhes um poder especial de intercessão e proteção pelos irmãos. É esta a razão por que se recorre tanto às suas orações.
        JOVEM diga seu SIM para Deus e venha fazer parte desta maravilhosa vida de amor.

             O corpo de Santa Clara por grande graça de Deus permanece incorrupto após 800 anos.

Mosteiro Monte Alverne

              O Mosteiro Monte Alverne é a local onde moram as clarissas. Este Mosteiro é de vida contemplativa, onde todos os momentos do dia da clarissa estão voltados para a oração.  
              Você  JOVEM que está lendo esta mensagem e sente o chamado de Deus para uma vida de total entrega NÃO PERCA TEMPO. Entregue sua vida sem demoras para o grande amor que é JESUS. Ele espera pelo seu SIM. A vocação das clarissas é o amor. 
            Amar....Amar....Amar...
           Deus em sua constante presença no Mosteiro será tua companhia e sua maior alegria.                    Você viverá o céu antecipado.
               
NA DIOCESE DE UBERLÂNDIA temos esta graça o MOSTEIRO MONTE ALVERNE onde moram as irmãs clarissas.

Endereço do Mosteiro: Rua do Bancário, 1085 - Planalto 
Telefone:(34) 3257-4289